Análise à Reunião do BCE de 6 de junho de 2024


Na semana passada, como previsto, o BCE reduziu a taxa de referência em 25 pontos base, encerrando o ciclo de aumentos e deixando a taxa de facilidade permanente de depósito em 3,75%, abaixo do nível recorde de 4% alcançado em setembro do ano passado.

Lagarde mencionou na sessão de conferência pós-reunião que esta decisão, que surge após a leitura da inflação de maio, que mostrou uma aceleração, foi apoiada por todos os Governadores, exceto um, o que era de esperar, uma vez que nos últimos meses parecia que um corte era o consenso entre o órgão do Banco Central.

Houve também a divulgação das revisões de projeções económicas por parte do Banco, altamente antecipadas pelos mercados. O BCE, em comparação com as projeções de março, espera agora que a região cresça a um ritmo mais elevado este ano (0,9% per annum vs 0,6% anterior) e a um ritmo ligeiramente inferior no próximo ano (1,4% per annum vs 1,5% anterior), o que está alinhado com as últimas leituras dos PMI, que revelaram que a atividade empresarial na região está novamente a acelerar (impulsionada principalmente pelo forte sector de serviços).

A inflação, tanto subjacente como homóloga para 2024, foi revista em alta em 0,2 pontos percentuais e o BCE espera agora que o IPC subjacente atinja a meta de 2% no 2T '26, em vez do 3T '25. Embora as projeções revistas da inflação possam levantar a questão de se o BCE executaria mais cortes nas taxas este ano, as declarações pós-reunião de Lagarde tinham um carácter dovish, o que implica que mais poderão estar em curso. Na verdade, Lagarde enfatizou a ideia de que o caminho rumo à meta de inflação de 2% será acidentado e que os “solavancos no caminho” poderão surpreender “tanto na sua existência como na sua magnitude”, o que implica que os especialistas do BCE já esperam que alguns dos dados económicos, especialmente sobre salários e inflação, poderão ficar acima das expectativas iniciais.

Embora a Presidente do BCE não tenha fornecido qualquer orientação sobre o momento dos futuros cortes, referiu que o atual nível das taxas de juro (3,75%) ainda está “longe” do que consideram ser a taxa neutra, taxa que permite que a economia continue a crescer com pleno emprego, mantendo a inflação constante nos 2%.

Em resumo, a mensagem geral desta reunião foi que o BCE não parece estar particularmente preocupado com os “solavancos no caminho”, ou seja, alguns resultados piores do que o esperado, desde que vejam a inflação atingir o seu objetivo, o que claramente eles ainda vêm. Dito isto, os investidores estão agora a precificar que o próximo corte nas taxas ocorrerá possivelmente na reunião de setembro.

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